Pode
parecer estranho em um primeiro momento, mas atualmente recomenda-se
que a primeira visita ao dentista seja feita no primeiro ano de vida,
pois é nesta fase que normalmente chegam os dentinhos e com eles muitas
dúvidas quanto aos seus cuidados.
É no primeiro ano de vida que se estabelecem os
hábitos de higiene oral, amamentação, alimentação e muitas vezes de
sucção de chupetas e dedo que, se em desequilíbrio, poderão levar ao
aparecimento de cáries, problemas gengivais e mal-oclusões (mal encaixe
entre os dentes e possível desarmonia de língua e lábios). Sim, bebês
podem ter cáries, gengivite, e problemas de mordida! Mas tudo isto pode
ser prevenido e evitado.
É também entre o primeiro e o segundo ano de vida que
se tem uma grande incidência de quedas envolvendo a região bucal,
quando a criança começa a dar os primeiros passos, embora sem muita
coordenação. E estes acidentes merecem cuidado, frente as variadas
seqüelas que se poderá ter nos próprios dentes de leite e nos
permanentes (que já se encontram em formação).
Saiba que da saúde dos dentes de leite dependerá a
boa formação dos dentes permanentes, a saúde geral da criança
(participam da mastigação e deglutição) e o seu o convívio social
(influenciam na fala correta e determinam o "sorriso").
A primeira consulta
A
primeira visita ao dentista reserva muitas boas surpresas e novidades
que normalmente encantam os pequenos pacientes. É dividida em
diferentes momentos, que assim como os procedimentos e técnicas que
serão comentadas a seguir, irá variar de acordo com a formação do
profissional, a necessidade e a idade do paciente.
Após perguntas sobre a saúde geral da criança
(chamada "Anamnese Geral"), faz-se uma detalhada conversa com os
responsáveis, para que se conheça o risco que a criança tem em
desenvolver problemas bucais, e se conheça o pequeno paciente também
(chamada "Anamnese Dirigida").
É feita então a apresentação do meio odontológico da
forma mais acolhedora possível, visando estimular a curiosidade da
criança, sempre com explicações coerentes à sua faixa etária.
O próximo passo é o exame da criança ("Exame
Clínico"), uma inspeção visual onde registra-se a situação atual de
desenvolvimento da boquinha e procura-se qualquer anormalidade em
dentes e gengivas e nas funções relacionadas à face, como sucção,
respiração, deglutição, mastigação, fala, etc.
Para a limpeza ("Profilaxia"), poderá ser colocado
um corante, chamado "evidenciador de placa bacteriana", que colore
apenas as placas bacterianas, para que os pais possam visualizar se a
limpeza feita em casa está sendo efetiva, e para que se possa
orientá-los a contornar as dificuldades. A limpeza dos dentinhos poderá
ser feita com a escovinha giratória e o fio dental, e também poderá
ser feita a aplicação de flúor (especial para cada idade).
Existem
vários métodos para o atendimento do bebê: ou com o responsável
sentado na cadeira odontológica e o bebê no seu colo; ou o bebê
sentadinho em uma cadeirinha especial (chamada "macri"); ou o
profissional sentado de frente para o responsável, com os joelhos se
encostando e formando uma "caminha", onde o bebê fica deitado (chamada
técnica "joelho-a-joelho"), entre outras. As crianças a partir de 2
anos e meio (dependendo da maturidade) já se sentam na cadeira
odontológica e, entre historinhas e diversão, permitem que se execute
os procedimentos já descritos.
Numa consulta de rotina, nenhum procedimento "dói", e
os pais devem estar conscientes disto para saber como se posicionar
frente aos eventuais "chorinhos", típicos nas crianças de pouca idade.
Com o amadurecimento da criança e a repetição destes passos, ela se
acostuma e acaba se formando um vínculo afetivo e de confiança, que
diferencia esta geração das anteriores, por terem o dentista como um
amigo.
Através de variados recursos como livros, bonecos,
vídeos, manuais, enfim, tudo o que despertar a atenção da criança,
aproveita-se este momento também para ensinar ao pequeno paciente
noções sobre os cuidados com sua boquinha. Lembrando, tudo o que foi
abordado poderá variar a cada profissional.
Se possível, a primeira consulta deverá ser preventiva
Quanto antes a criança iniciar este contato, mais facilmente irá incorporar hábitos saudáveis em seu dia-a-dia, prevenindo a instalação dos males bucais. O acompanhamento profissional é importante para que a dentição se desenvolva de forma saudável, já que o diagnóstico precoce de qualquer anomalia poderá favorecer o tratamento.
Quanto antes a criança iniciar este contato, mais facilmente irá incorporar hábitos saudáveis em seu dia-a-dia, prevenindo a instalação dos males bucais. O acompanhamento profissional é importante para que a dentição se desenvolva de forma saudável, já que o diagnóstico precoce de qualquer anomalia poderá favorecer o tratamento.
Se possível, não deixe que a primeira consulta se dê
em um momento de dor e emergência. É comum os pais "deixarem para
depois" a primeira visita ao dentista, que é quando a criança constrói
suas primeiras impressões, e serem pegos de surpresa com imprevistos
como quedas batendo os dentes, por exemplo. Antes da primeira consulta
apenas avise que a criança irá conhecer um amigo que ajudará a cuidar
de seus dentes. Deixe o resto por conta do profissional, que certamente
saberá lidar com a curiosidade e os medos (se houverem) da criança.