domingo, 17 de abril de 2011

Obssessão pós-parto: a compulsão feminina de voltar imediatamente ao peso anterior à gravidez

por Juliana Linhares em 14/03/2009 na categoria Artigos
sick-of-feeling-fat-lose-weight
A primeira reação da maioria das mulheres que engravidam, sobretudo na primeira vez, é se sentir nas nuvens. A segunda, atualmente, é pensar: como vou voltar à forma rapidamente? A resposta é dura: infelizmente não vai…
Por mais que artistas e modelos impressionem pela velocidade com que aparecem de barriga (tanque) de fora, semanas depois do parto, é importante dizer para vocês que a recuperação a jato da cinturinha só acontece com mulheres que já eram magras, atléticas e predispostas à rápida perda de peso.
Como a cantora baiana Claudia Leitte, de 28 anos, que, um mês depois de ter dado à luz o filho Davi, comandou um trio elétrico, com pouca roupa e muita energia, nos intermináveis dias e noites do Carnaval de Salvador. “Tenho movimentação de atleta. Chego a ficar oito horas pulando nos shows. Meu corpo é forte e, por isso, se recuperou rapidamente”, diz Claudia, já livre de todos os 10 quilos que ganhou na gravidez e mais 1, para garantir.
A Claudia Leitte merece todos os elogios, mas não deve ser tomada como exemplo… Ao contrário, a expectativa de emagrecimento rápido pode acrescentar uma carga de alto stress à vida já tão modificada pelo nascimento de um filho.
Em média, o esperado é que mulheres com bom condicionamento físico que engordaram de 10 a 13 quilos durante a gestação recuperem o peso habitual em três a quatro meses, o mesmo prazo para que o útero retorne ao tamanho original. Não custa repetir: cada corpo tem o próprio ritmo. Na gravidez, os músculos retroabdominais são esticados em até 50%.
O prazo de três meses para a recuperação é o mínimo. Inclusive, neste período, saiba que vai continuar a usar suas roupas de grávida, e isto não tem qualquer problema. Não precisa ter vergonha disto. É normal!
Aliás, acontece com frequência, quando o ganho de peso é maior e a dificuldade de voltar ao normal também, de que as clientes voltem para fazer compras de novas roupas nas lojas especializadas de roupas para gestantes, mesmo depois do parto.
Mas voltando ao caso da Claudia Leitte, que está amamentando e não mudou a dieta habitual, mas fez caminhadas todos os dias desde que saiu da cama; vinte dias depois do parto ela já estava correndo quarenta minutos na esteira. Ganhou medalha de ouro na competição pós-parto que se desenvolve entre as mães famosas, provavelmente empatada com a modelo Alessandra Ambrosio, também de 28 anos, que engordou 20 quilos, teve a filha Anja em agosto e, no dia 15 de novembro, desfilou para a grife de lingerie Victoria’s Secret, de calcinha, sutiã e 18 quilos a menos.
Ao contrário da maioria das famosas que disfarçam os sacrifícios exigidos pela vida diante das câmeras, não se deve esconder o sacrifício que é mesmo voltar à velha forma. Pois é preciso, sim, fazer um regime bem rígido e equilibrado, orientado por nutricionistas, que mandam normalmente fazer as cinco refeições diárias, porém de baixas calorias. Depois de um mês, sempre é bom começar a fazer musculação e caminhadas todos os dias.
A atriz americana Jessica Alba, de 27 anos, também teve a mesma e reconfortante sinceridade. Ela deu à luz uma menina em junho, engordou 15 quilos e sofreu para recuperar em três meses a forma que lhe rendeu o título de um dos mais belos corpos do cinema. Com o compromisso comercial de posar para o calendário de uma marca de bebida, Jessica começou a fazer ginástica moderada três semanas após o parto. Dois meses depois, era uma hora por dia, seis dias por semana. Segundo ela, os exercícios eram horríveis. Ela chegava a chorar. Depois disso, disse que nunca mais fez ginástica – ela apareceu linda e esbelta no calendário (ainda que provavelmente a cinturinha foi eletronicamente afinada…).

Se até Jessica Alba precisa de Photoshop, imaginem as mulheres comuns…

Aliás, a paranoia é tão grande que é comum algumas mentirem. Engordam 10 quilos, mas dizem que foram 30, para impressionar as amigas…
Os regimes de fome, já habitualmente condenáveis, não devem nem ser cogitados por mães recentes. O saudável na gravidez é uma dieta de cerca de 1 800 calorias por dia. No pós-parto, sobe para 2 000 a 2 300. Afinal, as mães que cortam muito a alimentação, incluindo os carboidratos necessários para produzir leite, podem ter hipoglicemia, cansaço e tonturas. E talvez os bebês não ganhem peso na quantidade e velocidade ideais.
A prática de exercícios também exige moderação. Na porção inferior do corpo, é preciso tomar cuidado com os pontos. E a musculatura peitoral estará debilitada por causa da amamentação, o que pode tornar dolorosos os exercícios com peso.
Da mesma forma que o excesso de cuidados do período de resguardo do passado, quando as mulheres nem lavavam os cabelos, os exageros do presente impressionam.

Perigo

Um caso recente foi o de Tameka Foster, mulher do cantor americano Usher. Em fevereiro, apenas dois meses depois de ter dado à luz, internou-se para uma lipoaspiração na barriga, numa clínica de São Paulo. Ao médico, disse que o parto havia sido seis meses antes. Tameka sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a anestesia e passou onze dias internada.
É possível estabelecer uma relação entre os dois fatos?
O corpo de parturientes recentes contém excesso de líquido, o que aumenta o volume de sangue. Durante uma operação, a paciente recebe ainda mais líquido. O coração não dá conta de bombear todo esse sangue e pode sofrer uma parada. Além disso, o útero ainda não voltou ao seu tamanho normal e pode comprimir as veias das pernas, que fazem a ligação do coração com os membros inferiores, causando uma embolia.
Como as dores do parto, os sacrifícios em favor do emagrecimento rápido podem parecer mais vagos com o passar do tempo. A atriz Carolina Dieckmann, por exemplo, engordou 30 quilos na segunda gravidez e impressionou pela recuperação da cinturinha. Durante o esforço emagrecedor, chegou a reclamar que passava muita fome. Hoje, corpo perfeito, releva: “É, sentia uma fominha”. Todas as que não são Carolina estão desobrigadas de fome de qualquer tamanho.
Texto de Juliana Linhares, publicado na Revista Veja em Março/2009

Dicas para perder peso após o parto
Diversos fatores são relacionados à ocorrência de sobrepeso/obesidade em mulheres: história reprodutiva (paridade), lactação, atividade física, assim como fatores ligados ao estilo de vida no pós-parto.
Os principais fatores determinantes para retenção de peso e para a obesidade no pós-parto estão ligados ao estilo de vida neste período. Pode-se considerar que em torno de 15% das mulheres fumantes o deixam de fazer quando engravidam. Este já é um fator que segundo pesquisas, mostrou que estas mulheres que pararam de fumar no começo da gravidez ganharam mais peso do que as não fumantes durante a gestação e também 6 meses após o parto!
Alguns estudos têm enfocado a relação entre atividade física, dieta e retenção de peso no pós-parto. Um programa moderado de exercício físico, em conjunto com uma leve restrição calórica, é benéfico na perda de peso em mulheres lactantes com sobrepeso. A perda entre 1kg e 2kg por mês não comprometerá a produção de leite e, conseqüentemente, o crescimento infantil.
Outro ponto interessante é a relação entre lactação (amamentação) e mudanças na composição corporal da mulher. Os resultados dos estudos são bastante controversos, porém, alguns deles considerados importantes, revelaram o efeito protetor da amamentação na perda de peso das mães.
Após o parto, o importante é:
• Manter uma alimentação saudável
• Limitar alimentos ricos em gordura saturada e trans, como pele de frango, queijos amarelos, molhos de salada industrializados, salgadinhos, bolos e biscoitos recheados.
• Utilizar métodos para cozinhar que adicionam pouca ou nenhuma gordura, como assar, grelhar, cozinhar à vapor.
• Cuidado com o tamanho das porções. Evite a gula!
• A eliminação de 300 a 500g por semana é  a maneira mais eficaz e segura de perda de peso
• Verifique com seu médico qual e quanto de exercício é adequado a você. Faça caminhada, natação, hidroginástica, bicicleta, etc.
• Saia com seu bebê (assim que possível) para caminhar pelo bairro ou faça exercícios (por exemplo, bicicleta ergométrica em casa) enquanto o bebê dorme.

Puxar ou não a pele da pilinha dos meninos?

"Para os pais que têm um rapaz, principalmente para as mães e sobretudo se é o 1º, a pilinha da criança é algo que traz algumas dúvidas. Ao longo dos primeiros anos de vida, são muitas as mães e os pais que aproveitam as consultas com o médico para esclarecer algumas questões".
Puxar a pele ou não não puxar a pele?
A pilinha do rapaz recém-nascido apresenta uma forma de cilindro com uma extremidade arredondada a que os médicos chamam glande. A porção da pele que recobre a glande(e que mais tarde vai poder puxar-se para trás)é o prepúcio. Esta pele tem uma importante função protectora, pois impede que a glande seja irritada pelo chichi ou o cocó das fraldas.
Uma das perguntas mais frequentes logo nas primeiras consultas é"quando se deve começar a puxar a pele para trás?" 
Antes de responder, vamos rever um pouco sobre a anatomia e o desenvolvimento deste órgão: antes do nascimento, a glande e o prepúcio estão completamente unidos e é impossível separá-los. Depois de a criança nascer, gradualmente, vai ocorrer a separação entre a pele e a glande. Esta separação ocorre em 90% das crianças até aos 3 anos, mas pode só estar completa na adolescência. Só após se dar a separação entre a pele e a glande é que a pele se consegue puxar, sem esforço e sem magoar a criança. Existe em muitos pais (e sobretudo em avós) a noção de que desde muito cedo os pais devem ir forçando a pele a vir para trás. E que se não for feita essa "ginástica", a criança terá de ser operada. É um dos mitos mais enraizados entre nós. Pelo que já falámos, é de esperar que a pele da pilinha não venha para trás durante os primeiros anos de vida. E isso é perfeitamente normal!
Outras vezes, o traumatismo provocado pelo excesso de zelo de alguns pais leva ao aparecimento de uma hemorragia e à formação de uma cicatriz no prepúcio. A partir daí, a situação pode não conseguir resolver-se sem o recurso à cirurgia. Por outro lado, forçar a pele pode provocar dores na criança, hemorragias ou mesmo infecções. Outro perigo relativamente frequente acontece quando os pais puxam a pele para trás e esta não consegue depois voltar para a posição inicial. Esta situação que os médicos chamam de "parafimose", pode ser muito grave, pois provoca dores e o inchaço da pilinha da criança, que pode sofrer lesões irreparáveis. Neste caso, a criança deve ser imediatamente observada por um médico para que a situação seja rapidamente resolvida.
Em relação à cirurgia, trata-se de um medo infundado. Só em menos de 2% de crianças não se consegue descobrir a glande nos primeiros anos de vida, situação que os médicos chamam de "fimose". Estas crianças podem ser tratadas com a aplicação de cremes com derivados da cortisona que resolvem a situação em mais de 90% dos casos. Nos casos mais resistentes pode ser necessário realizar um pequeno puxão, sob anestesia local. Quer isto dizer que só 7 em cada 10.000 crianças pode vir a precisar de realizar uma cirurgia para resolver a situação.
Voltando à pergunta inicial,"deve ou não a pele da pilinha do bebé ser puxada regularmente para trás para evitar que fique apertada?", aquilo que os pais podem fazer de melhor pela pilinha do seu filho resume-se a uma simples frase: não fazer nada 
Por Paulo Oom
Pediatra da Clínica Gerações




Um comentário:

Hanna Marques disse...

emagrecer e mesmo uma merda eu que o diga, rs

bjoo